Falando assim como quem tem uma certeza absoluta o mundo é muito rico em tudo que a gente pode imaginar.
Podemos dele desfrutar como quisermos.
Se temos um mínimo de sabedoria, se conseguimos saber o mínimo de nós mesmos nos sairemos bem diante da vida que vamos escolhendo momento a momento.
Tenho medos como qualquer criatura humana que habita o planeta, mas ao longo dos meus dias traduzidos em 59anos fui ganhando um certo jeito de pensa-la; de driblar as minhas fragilidades, de encontrar forças em mim mesma, de não apenas saber quem eu sou agora, mas também de quem quero ir me tornando enquanto passeio por aqui.
Lido simplesmente muito mal com a morte, não a minha, mas a das pessoas... e isso se estende não apenas às que penso conhecer, mas a todas as pessoas que sei que morreram, que os seus corpos estão sendo enterrados ou cremados, que enquanto isso acontece no plano físico/material, outras muitas pessoas especulam, inferem, sobre a vida após o fim ... o encerramento da vida com essas características, com essa identidade, com esse CPF, com essa história escrita,, vivida, pontuada com a morte!!!...
Levo sustos homéricos, me encolho em um canto do pensamento e do sentimento não apenas em relação a pessoa, mas ao acontecimento.
A proximidade da morte nos coloca em xeque porque é uma certeza pragmática da finitude inesperada, ... corremos sempre atrás de nos eternizarmos através do trabalho, dos filhos, das obras sejam elas quais forem.
Somos demasiadamente frágeis assim como imaginativos, ... criamos inúmeras fugas, fabricamos muitas estradas pra nos conformar da perda, do macabro ritual de nos desfazermos do corpo biológico de alguém, ... sufocamos a nossa dor em conformismo produzidos pelos espertos seres criativos e destemidos que inventam mundinhos onde pra lá se pode ir, dependendo do nosso comportamento.
Eu, Livia estou em ruínas,.. Elas a vida e a morte estão me colocando em lugar dentro de mim onde não há confiança e muito menos segurança!!!
Elas estão me fazendo pensar, pensar e pensar sobre o que pensar sobre elas...
Elas estão me fazendo pensar, pensar e pensar sobre o que pensar sobre elas...
O que dizer e o que sentir, ... como enganar meu cérebro, como posso organizar meus pensamentos numa tentativa vã de convencer-me ou conformar-me em como posso sufocar meus sentimentos, enfim!!!
E ela, a vida também me faz temer, ... as nossas escolhas, a nossa repetição secular, a nossa cognição falha e pobre em convicções e rica em explicações e reflexões fajutas.
Nem um pouco convicta, nem um pouco feliz, nem um pouco contente!!!
Uma enorme guerra está acontecendo no meu cérebro, na minha mente, na minha alma... um passeio místico esquisofrenizado que pragmatiza tudo que o meu parco espírito alcança.
Parece que as doenças do esquecimento são uma estratégia benigna para aquelas pessoas que as desenvolve.
O refúgio daquilo que não se quer mais pensar,
O refúgio daquilo que não se quer mais pensar,
sentir, passear pelos tempos coexistentes.
O despertar diário, o noticiário, as informações, os acontecimentos, os fatos, as mentiras, as fofocas, tudo se confunde, se mistura e o dia toma um formato desencantador...
O que morre, o que atropela, o que se atropela, o que se mata, o que se esconde, o que se expõe, ... o que se supera, o que supera, o que incorpora Alices e Belas Adormecidas!!!
Cinderelas e Super-homens, ... Homens de ferro!!! Homens-Aranha,
Matrix!!! Sim, matrix!!! ...
Espaços onde podemos ser e dominar, onde podemos exercitar todos os nossos poderes, onde podemos ser imortais e multiplicados, multi-implicados nas escolhas que fazemos...
A inquietação angustiante do pensante primordial...
A saudade que inventamos de tudo que fomentamos em tempos que não se cansam de entrelaçarem-se e que ao mesmo tempo nada têm de novo, de atual, de cabível!!! ...
Inventamos carências e ausências, inventamos e ficamos cansados de inventar...
Porque a realidade vista, enxergada, é pesadelica!!! Totalmente pesadelica.
E quando acontece um sonho de liberdade e de comédia romântica somos alertados e acordados pelos que fazem plantão vinte e quatro horas no mundo macabro dos horrores que nos cercam...
Doente, o Homem, nós Homens, nos induzimos, nos conduzimos ao inferno com nossos próprios pés, com a nossa própria mente, fazendo pleno uso da nossa liberdade de fugir e de fuga!!! ...
O cérebro livre é uma armadilha perigosa, ... o Homem procura nas drogas sintéticas, nas substâncias que os leva a um lugar onde qualquer coisa se aquieta porque a realidade que é utopia assusta, amedronta, ... e nós nascemos castigados pelas memórias genéticas, pelos ditos "populares", pelo atavismo que é lugar comum a todos nós...
Salve, salve a ignorância do não saber ... salve, salve o cérebro masculino testosterônico que tem um espaço vazio onde ele pode ir sempre e o tempo todo... os escondidos, os refugiados, os alienados, os drogados, os que fazem carinha de susto e de quem se surpreendeu quando algo aconteceu mas que na verdade não foi "atingido", não foi "golpeado" porque está na matrix da ignorância e da indiferença quase psicopática!!! ...
Depois eu conto o resto ...
ou não!!!
O que se passa comigo? ... O que passa por mim,
O que acontece em mim ... hummmm
Quem sabe sobrevivo se falar por aqui for a saída!!!
Salvemo-nos nós cada um por si
e um Deus por todos!!!
Será???
Fiquem bem, cuidem-se bem ...
Salvemo-nos nós cada um por si
e um Deus por todos!!!
Será???
Fiquem bem, cuidem-se bem ...
Livia Leão
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