Desde muito pequena que pensava como penso hoje. E esse meu jeito e temperamento foi mutilado pelos meus pais que me criaram com efeitos negativos e eu embarquei ainda que rebelde nas armadilhas deles que fizeram tudo para me tornar uma escrava das suas mentiras e de seus poderes encomendados para que eu "não desse trabalho" ... pessoas incapacitadas de procriar mais férteis demais em engravidar...
Bem, biologia e fisiologias à parte eu arrumei uma pouca estima ou nenhuma e caí na armadilha da menos valia. Foi um sufoco me recobrar me resgatar desses dizeres cheios de poder que os pais rogam em nós por preguiça de conhecer os filhos e medo dos bichos papões que eles alimentam e propagam de encarnação em encarnação.
E eu ainda que sem acreditar fui me encolhendo, me diminuindo e me considerando qualquer coisa dita por eles...
Essa jogada que ainda não sei se é da espiritualidade ou é parte da nossa limitação e medo paralizador vai fazendo da gente qualquer coisa e de qualquer coisa vamos vivendo nossos dias e anos até...
E hoje ainda hoje, estou me contorcendo para superar toda essa menos valia e limitação sabotadora que me foi imposta...
Os ditos eram terríveis todos de incapacidade e falta de inteligência. De conduta incorreta socialmente falando e de nenhuma escala de valores construtivos... Parece cruel o meu olhar mas não é.
Somos mesmo nascidos sozinhos e sofremos abandonos terríveis daqueles que deveriam ser nossos protetores cuidadores... Há entre pais e filhos competições assustadoras de incapacidade e despreparo para educar e confiar e saber que quando se dá vida a alguém não quer dizer que somos donos do destino daquela pessoa, não quer dizer que seremos amigos e parceiros. Que do nada seremos fiéis escudeiros dos ditos dos nossos pais, das pessoas através das quais chegamos aqui.
Essa é uma jornada de aprendizado de como ser e não ser, ... daquela "admiração" que seria normal se ter de compassos desencontrados em crescimento e evolução.
Desafiamos e decepcionamos nosso pais porque somos indivíduos independentes e ao mesmo tempo carregados de dna's e cobrados em semelhanças que nem sempre acontecem.
Há quem considere que estamos cumprindo um carma de resgate negativo ou positivo, de um processo de crescimento que desaponta e decepciona. "Gênio" do pai, "temperamento" da mãe, ... fisicamente parecido com um ou outro e por aí vai a nossa despersonalização e falta de sossego.
E eu aqui com seis décadas de vida infantil e questionadora dessa saga dessa marca registrada e completamente órfã, solta e sem identidade. Quando me olho no espelho que encontro semelhança com quem quer que seja me sinto roubada e enganada porque hoje gosto de mim demais para parecer com alguém. E preciso sentir que tudo que construí em mim a duras penas precisa ter a minha digital orgulhosamente sem arrogância ou empáfia, ... preciso dos meus méritos sofridos suados chorados.
Minhas experiências e caminho trilhado sem assistência paternal ou maternal. Feridas saradas e não cicatrizadas, tombos homéricos e levantadas lindas em parceria com a minha inteligência e instinto de sobrevivência.
Meus balanços e avaliações são sempre voltados para o meu crescimento. O que daqui pra frente vou fazer de mim mesma (???) ... do tempo que tenho pra viver sem dissimular qualquer coisa sem sabotar sem fugir ou inventar!!! ...
Passeio pela vida de vez em quando de má vontade e de vez em quando preenchida da minha mais profunda confiança e fé no meu cérebro sadio e funcional e dos meus veículos educados para me conduzir elegantemente aos lugares onde preciso e quero ir...
Fiquem bem
cuidem-se bem!!!
Livia Leão
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