Pular para o conteúdo principal

DIÁRIO DE BORDO - Escrevendo um diário de bordo sem pedir des-culpas!!!




Vou tentar falar sobre algumas coisas que me acompanham quase que desde 1957... chama-se ou melhor eu chamo de processo de construção de alguns relacionamentos e que dão a sensação des-agradável de que nada caminha, de que perco tempo, desperdiço energia... e que é horrível!
Por que horrível? Porque na realidade foi tudo de roldão... uma mulher que se juntou com um homem e tiveram muitos filhos. Muitos filhos mesmo... bons filhos, mas muitos para administrar e criar, simplesmente.  Mais ou menos como "salve-se quem puder"!!!
Em um tempo complicado e em um momento carregado de pré-conceitos, um homem perdido e uma mulher sonhadora, preconceituosa, sem noção de tamanho compromisso.
Falo do compromisso de ter um filho todos os anos, durante muitos anos, atendento aos chamados da natureza, dos hormônios e da preservação da espécie.
Filhos... para dar comida, uma casa para morar, pessoas para formar e conduzir... bebes que crescem ... e dão muito trabalho como eles mesmos diziam!!!
E dão muito trabalho principalmente uns para os outros. Os que nasceram primeiro foram roubados em suas infâncias inocentes e com direito a brincar apenas...
Falar deste assunto já foi mítico... neste momento preciso expor e me expor em relação a todas as coisas que fui experienciando. Zilhões delas... sem que eu precisasse e quisesse, pelo menos enquanto era muito criança. Existe um fatalismo na minha forma de expressar e muita consciência nos meus sentimentos que hoje estão distantes em sentimentalidades e muito presente em memoria, principalmente a celular.
Felizmente por um lado e in-felizmente por outro... 
Quando acontecem coisas que me reportam à condições difíceis de lidar, percebo em mim toda dificuldade de entender como sendo algo fácil.
As repetições cansativas da vida, os acontecimentos reincidentes, a rotina do grupo, o resultado de todas as nossas ações individuais e em grupo fazem um carma exaustivo, pelo menos para mim, que me reconheço como uma pessoa sem habilidade para lidar com tantas realidades e verdades inseridas umas nas outras, como uma rede de intrigas muito séria.
Existe um silêncio incomodante que eu escuto. Existe um número significativo de inimigos intimos, baseados na eternidade das nossas encarnações, em todos os padrões... necessidade de compreensão e muito pouco entendimento, pela ausência penosa do interesse e da fé que poderia curar e fechar infinitos des-entendimentos nascidos na eterna roda das existências.
Sei que isso acontece o tempo todo, em todas as familias, no mundo dos humanos... no universo enfim, que traduz todos os nossos mais profundos desejos, necessidades, pensamentos e consequentemente, todas as causas e todos os efeitos.
De vez em quando, penso ser esse o meu desejo de aprendizado nesta existência.
Reconhecendo que preciso re-fazer diáriamente minha programação para otimizar, para ganhar neste sentido, por ser para mim complicado alcançar determinados encontros, determinadas situações e escolhas feitas. Onde me baseio em principios que acredito, mas que de maneira muito peculiar manifestam-se de maneira contra-ditória, como se para me fazer des-acreditar.
Pode ser que quando aprender a pensar e a manifestar meus pensamentos e sentimentos todo esse des-conforto e inadequação des-apareça e eu consiga caminhar mais leve, muito leve, como penso poder, como acredito poder.
Considero o tempo como sendo o nosso recurso para construir em nós mesmos todas as nossas propostas de "encarnação". E essa estória de ter "carne", sempre foi um troço difícil de processar.
Tinha a algum tempo muito cuidado e receio de falar sobre isso porque considerava algo que só eu sentia, que só acontecia comigo.
A estranheza, o des-conforto era algo que me tirava da vida, porque necessitava entender o que acontecia... ingerir, digerir, organizar, compreender e aceitar... foi difícil demais aceitar zilhões de coisas que fui concebendo, acolhendo, recolhendo... o exercício de jogar tudo fora, tudo mesmo... entender que não preciso aceitar absolutamente nada que me violente, que não se adeque à minha maneira de pensar a vida e o viver levou muitas décadas da minha existência... por enquanto considero que valeu!!!
Tirei de mim muito prazer em estar aqui, me considerando comprometida com um grupo familiar cármico que não me preenche nos níveis que mais necessito... pensando estar construindo "relações de amor".
O detergente que tenho usado para me limpar, para des-obstruir todos os meus canais, todas as minhas veias e vasos, todo o meu sistema e organismo é poderoso.
As indicações são genuinas e verdadeiras e eu as abracei e incorporei com uma fé inabalável. Afinal de contas as coisas só podem ser ditas e feitas em grupo, quando existe um grupo; ou entre duas pessoas que seja, quando as duas pessoas querem, se envolvem, se interessam... quando uma foge ou não se incomoda... precisamos resolver dentro de nós para nos viabilizarmos, para seguirmos em frente.
Em todas as relações existem duas partes, onde cabe a cada um 50%... aprendi que devo fazer os meus 50%... os outros 50% não posso tomar conta... ou mesmo contabilizar, administrar e até mesmo cobrar.
A ilusão me cansa e a vida de vez em quando também, principalmente a vida em sociedade, em grupo... em bando!!!
Quando me reconheço e me assumo, fico um pouco mais leve ou melhor fico leve.
A minha especialidade é ficar só e de vez em quando encontrar pessoas para trocar, quando possível... se não o silêncio é meu melhor amigo MESMO!!!
E não estou falando de sentimento, porque esse... é um tremendo de um sem vergonha, insiste em permanecer... Não considero amor, acho que é mesmo o medo, a insegurança, essa necessidade latente, que está no inconsciente coletivo de pertencer a algum grupo, de ser gregário.
Confunde, impede o crescimento, nos torna crueis.
Às vêzes penso que é dialético, às vêzes penso que é antagônico... mas não fico mais ocupada com isso.
Ser uma pessoa que muda, que pensa e deixa de pensar assim para pensar assado já é uma conquista interna... um medo vencido, assumido, declarado.
Porque o meu único projeto de vida é viver... me conhecer... o que acontece no universo pessoal e particular das zilhões de pessoas com as quais preciso me relacionar momentaneamente não podem me afetar de maneira inexorável.
Toda coragem que tive que arrancar de dentro de mim para colocar meus pensamentos e sentimentos em um lugar que pode ser acessado por zilhões de pessoas é uma conquista maravilhosa, um salto quântico no meu processo de crescimento e amadurecimento.
Rompendo com dificuldades enormes, mudando padrões e conquistando a mim mesma como alguém humanamente possível, passível, sem medo nenhum de ter medo.
Acho que felicidade é um pouco isso, um pouco disso... olhar para todas as coisas vividas, escolhas feitas... e dizer que "banquei", que todas as dores e todos os amores que já vivi e ainda vivo, são pensados à partir das minhas dificuldades e facilidades. De trocas feitas em momentos passageiros com pessoas que também têm suas "coisas" para resolver. Inclusive as que me conceberam e foram usadas para estar aqui, encarnada, manifestada, incomodada. AHAHAHAH!!!
Não me ocupo mais com o que não tem importância e isso me deixa bem... mas ainda penso muito, nas marcas, na memória de tudo que vivi e procuro hoje estar atenta e forte!!!

"RESPEITO MUITO MINHA LÁGRIMAS, MAS AINDA MAIS MINHAS RISADAS..."
Caetano Veloso
Livia Leão


P.S. Não pertenço ao grupo que considera viver melhor que sonhar... considero sonhar muito melhor que viver, principalmente quando se está acordada com a vida, de acordo com a vida. Livia

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

BETH RUSSO, ... HO'OPONOPONO

E eu que não por acaso acredito que o acaso é algo que os distraídos inventaram para se esconder em desejos e quereres manifestados. Através do meu irmão que não está mais em seu corpo físico conheci o Ho'oponopono mas nunca havia parado para me presentear com ele... Bem ele foi embora e aí comecei a visitar pessoas praticantes e que grata surpresa tive, encontrei muitas pessoas lindas que recitam que se conectam que usam essa ferramenta poderosa de nós mesmos. Um alcance maravilhoso de alguém que acreditou em sua pseudo loucura e trouxe pra nós uma ferramenta muito útil de libertação. Uma força manifesta um poder que atravessa todos os tempos e limpa e limpa mesmo nossos ranços em tempos que coexistem.  É muito bom e poderoso!!! ... Porque ainda que a gente não creia ele faz a faxina nos cantos mais escondidinhos do nosso poderoso cérebro que abriga memória lembrança de todos os tempos dos tempos em que estivemos aqui... que é sempre!!! Esse espaço que não é físico fica no

DIÁRIO DE BORDO - Coisinhas engraçadas!!!

Tenho um amigo muito querido que ficamos muito tempo sem conversar e muito mais tempo sem nos ver... o que é lamentável porque nossas conversas são recheadas de coisas engraçadas e confissões maravilhosas!!!  Um belo dia me contou que não tem tido paciência para encontros "amorosos" e se relacionar enfim, porque detesta o início por conta do  "PREENCHIMENTO DA FICHA"... ou seja onde as duas pessoas dizem!!! Eu sou assim, eu sou assada, gosto disso ou daquilo... resumindo, a tentativa em vão de mostrar para o outro como cada um funciona em determinadas situações. Mas parece que existe uma lixeira do lado da mesa em que se preenche essa ficha e que tudo que se diz é escrito a lápis com lapiseira 0,5 e jogado fora exatamente alí. São informações inúteis e um momento totalmente "interesseiro", ambos querem mesmo é saber se vai rolar sexo e se vai ser bom. Ahahahahahahahahah!!! Coisas que poderiam com certeza ser simplificado para ambos... usar de sincer

DIÁRIO DE BORDO - Heroi bandido!!!

O que fiz com meu pai biológico que lógico era quem eu queria, longe de ser o que eu queria... possivelmente o que precisava para crescer e sobreviver. Pobre arquétipo, disperdiçador de oportunidades!!! Um inimigo íntimo e desconhecido. Sim, porque não sei nada sobre ele e de todas as suas faces eu não conheço uma que agrade e que satisfaça uma pobre filha orfã. Dramaticamente falando, claro! Uma herança maldita que me custa uma existência recheada de leituras equivocadas de mim mesma e do universo masculino. Fiz um dramalhão dos homens, me coloquei equivocadamente na frente deles, cheia de defesas e des-culpas. Sem receber    amor; vivendo na reserva, me atirei sem   cuidados nos relacionamentos e cheia de má vontade. A vida me trouxe por merecimento  bons parceiros e eu por repetição disperticei.  Não em tempo cronológico, mas em qualidade de relacionamento, em reconhecimento, bem como em me sentir à vontade. Sempre o medo do abandono. Tudo isso regado a reflexões justificadas